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 AMANHÃ PUBLICAREMOS NOVAS IMAGENS NESTE BLOG 
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Dentro da prática com arte urbana, muitas vezes realizei trabalhos relacionados às chamadas “zonas mortas” ou “rachaduras urbanas”,  que fazem parte da maioria das grandes cidades.
O urbanista Guilherme Wisnik, com o qual tive oportunidade de trabalhar, costuma destacar  como  maiores exemplos desses lugares, locais que vão, desde áreas cortadas por linhas de trem, estradas federais que cortam cidades, chegando até o exemplo clássico do muro de Berlim[durante e após a sua existência].
O parágrafo anterior, que pode parecer distante da realidade abordada neste blog, tem, de fato, íntima ligação com o conteúdo aqui descrito, motivado pelo acidente fatal que testemunhei, de forma surpreendente.
A partir da conversa com proprietários de casas comerciais situadas de um dos  lados da rua professor Araújo na altura do nº2149   -vou me permitir chamar um dos lados da rua de “lado comercial” e o lado oposto de “lado residêncial”, devido às características dos mesmos-    me foi dito que alguns pré-adolescentes que realizavam compras nesses locais, deixaram de fazê-lo por conta de terem de realizar a perigosa travessia sozinhos.
“A mãe de determinado menino agora traz pão e leite do centro da cidade, quando retorna do trabalho, de carro, no inicio da noite”, disse-me um desses comerciantes.
Por outro lado, literalmente, um comerciante que trabalha na mesma calçada do “lado residêncial” já pensa em aumentar a variedade de produtos que oferece, visto que tem recebido mais clientes, principalmente pré-adolescentes e idosos.
Aliviados também estão alguns pais, que têm filhos freqüentando uma pré-escola, “felizmente localizada no lado residencial”.
E a citação que fiz, do muro de Berlim, nos parágrafos anteriores, que pode soar como devaneio, para mim  -que presenciei o atropelamento da última sexta-  remete a uma relação (no mínimo) de cunho geográfico.
Dois lugares divididos, um espaço largo entre estes dois lugares e um corpo sangrando no chão quando tentava atravessar de um lado para o outro.
Em tempo:  o idoso morto tinha a intenção de fazer compras numa padaria, localizada do “lado comercial”. 
Porém, este senhor  residia justamente do “lado comercial”.
Atravessou até o outro lado da rua para utilizar um telefone público. 
Foi atropelado quando retornava ao quarteirão onde morava. 
Quarteirão este sem telefones públicos.
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aviso aos pedestres
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